quinta-feira, 29 de setembro de 2011

JORNAL A TRIBUNA DO JURUA

Cruzeiro do Sul completa 107 anos de fundação acompanhe um pouco da história


Neste 28 de setembro, os cruzeirenses celebram 107 anos de história, aqui narradas em memórias marcantes dessa cidade tão querida e abençoada, intitulada “Terra dos Náuas”.
Cruzeiro do Sul está localizada a oeste do estado do Acre. A cidade é, atualmente, a segunda maior do Acre e a mais desenvolvida da Região do Juruá. É um dos mais importantes pólos turísticos e econômicos do Estado, cercada de construções e monumentos que simbolizam a história e a grandeza do seu povo.
Situada na fronteira com o Peru, à margem esquerda do Rio Juruá, Cruzeiro do Sul possui cerca de 80 mil habitantes, segundo dados do IBGE.  Suas origens remetem ao ano de 1904, a partir do Decreto de 12 de setembro, quando o Coronel do exército Brasileiro Nacional, Gregório Thaumaturgo de Azevedo instalou a sede provisória do departamento do Alto Juruá, no lugar de nome Invencível, na Voz do Rio Môa.
No entanto, como data oficial de fundação tem-se 28 de setembro de 1904, quando ocorreu da transferência da sede do departamento para as terras do ex-seringual centro Brasileiro, adquirido pelo Governo da União, do senhor Antônio Marques de Menezes, conhecido como “Pernambucano”. Localidade que em 31 de maio de 1906, foi elevada a categoria de sede da Prefeitura.
A cidade foi primitivamente povoada por povos indígenas divididos em vários grupos, entre eles os katuquinas, Náuas, Jamináuas, Caxináuas, entre outros. E posteriormente, em decorrência do desenvolvimento do extrativismo da borracha, inúmeros migrantes nordestinos, particularmente cearenses, chegaram à região. Além de estrangeiros de diversas nacionalidades que também se constituíram desbravadores e povoadores.
Plantada no Vale do Juruá, numa vasta terra firme, cortada por majestosas colinas que formam vales, berços de rios e lagos, a cidade de Cruzeiro do Sul começou a surgir. As residências, no início da colonização eram em sua maioria de madeira, passando anos depois a serem em alvenaria ou estrutura mista.
Nos anos de 1940, a cidade já possuía um conjunto representativo de casas que se estendia em todas as direções, formando ruas, avenidas e praças. Quanto à pavimentação das vias, o antigo 7º BEC teve importante contribuição. Assim como também na área da saúde, já que naquele período era escasso o sistema público de saúde na região do Juruá.
No campo educacional, a cidade dos Náuas sempre possuiu um ensino de qualidade e desde 1982, sediava cursos devido à criação do Núcleo da UFAC, transformado em Campus (1992), onde eram ministrados os cursos de Letras e Educação em regime superior. Hoje o campus já totalmente modificado está instalado em um novo endereço, mas os primeiros formandos ainda guardam na memória as impressões daquele tempo.
Quanto ao suporte administrativo da cidade, contou com os serviços públicos básicos e prédios que constituem o patrimônio histórico-cultural da região, tais como: a estação de porto e o colégio Santa Terezinha, em estilo colonial inglês, a Catedral Nossa Senhora da Glória com influência germânica e o Fórum em estilo neoclássico.
Mas a fase áurea da administração cruzeirense ocorreu, portanto, paralela ao desenvolvimento do extrativismo durante o 1º e 2º surto da borracha, porém com a crise deste produto, as dificuldades de acesso á região e de implementação de alternativas econômicas com sucesso, fizeram com que esta localidade até fins da década de 1960, passasse por grandes dificuldades. Porém, avaliando o contexto econômico cruzeirense, destaca-se sobre tudo ,o extrativismo da borracha ,com a primeira atividade econômica para os muitos seringueiros, que tinham na borracha a única fonte de renda.
Com o decorrer do tempo, o extrativismo foi seguido pela pesca, caça e a agricultura de subsistência, como alternativas econômicas utilizadas pela população da região. Destacando-se nesse seguimento a criação de animais por meio da pecuária.
Já na vida social, os cruzeirenses eram bastante animados. Havia festa de lazer, cívico- cultural, nos clubes “Juruá, “Ideal”, e “Samambaia”. E além dos eventos festivos, havia ainda a questão da religiosidade do povo, destacando-se o Novenário em honra à  Nossa Senhora da Glória.
A partir da década de 70, a cidade ainda jovem, começou a passar por um processo de crescimento populacional desordenado frente ao crescente êxodo rural. Com isso, inúmeros bairros começaram a surgir, fazendo de um pequeno vilarejo, uma bela e populosa cidade, que ao longo das décadas, propiciou um contínuo processo econômico e social, evidenciado em significativas mudanças no sistema de saúde, educação e até mesmo na administração pública.
Portanto, a “Princesinha do Juruá”, nossa querida Cruzeiro do Sul finalmente começa a tornar imponente para o Acre, não apenas por suas obras  majestosas já contruídas, mas ,acima de tudo, pela grandeza de um povo simples e hospitaleiro, que mesmo com marcas profundas de um vida sofrida ainda preserva no peito a certeza e um futuro ainda melhor.
Diante de tamanhos feitos, hoje nos cabe preservar na memória os grandes desbravadores desse pedacinho de terra abençoada em que vivemos, marcada por uma crescente mutação que promete ainda mais aventura, poder, alegria, crescimento e transformação do que nos cerca, mas ao mesmo tempo ameaça destruir o que temos, sabemos, e acima de tudo, o que somos e de onde viemos. Por isso, reafirmemos autotransformação pelo conhecimento de nossas raízes, afim de fortalecer nossa identidade amazônica,  e tipicamente “Juruaense”, tendo como compromisso primeiro, o chão onde nascemos é fundamental.
Hoje celebremos com euforia, tão importante data, e que “do trono dos seus esplendores, sobre nuvens bordados de azul, Deus semeie cascata de flores e abençoe Cruzeiro do Sul”.
Dayana Maia com informações de fontes de pesquisa

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