quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Revivendo a história de Cruzeiro do Sul em comemoração aos 106 anos de fundação

de Juruaoline
Escrito por Dayana MaiaTer, 28 de Setembro de 2010 12:27

Cruzeiro do Sul  é um municípiobrasileiro localizado no oeste do estadodo Acre. A cidade é, atualmente, a segunda maior cidade do Acre e a mais desenvolvida da Região do Juruá.
É um dos mais importantes pólos turísticos e econômicos do Estado. Além disso, Cruzeiro do Sul é cercada de construções e monumentos que simbolizam e guardam a história e a grandeza do seu povo. Com base nesse aspecto e na grandiosa data dos 106 anos de fundação aqui constam memórias marcantes dessa urbe tão querida e abençoada intitulada “ Terra dos Náuas”.

Situada na fronteira com o Peru, à margem esquerda do Rio Juruá, a cidade de Cruzeiro do Sul possui cerca de 80 mil habitantes, segundo dados do IBGE.  E tem suas origens no decreto de 12 de setembro de 1904, quando o Coronel do exército Brasileiro Nacional, Gregório Thaumaturgo de Azevedo, instalou a sede provisória do departamento do Alto Juruá, no lugar de nome Invencível, na Voz do Rio Môa.
No entanto, como data oficial de fundação tem-se 28 de setembro de 1904, quando ocorreu da transferência da sede do departamento para as terras do ex-seringual centro Brasileiro, adquirido pelo Governo da União, do senhor Antônio Marques de Menezes, conhecido como “Pernambucano”. Localidade que em 31 de maio de 1906, foi elevada a categoria de sede da Prefeitura.
A cidade foi primitivamente povoada por povos indígenas divididos em vários grupos entre eles os katuquinas, Náuas, Jamináuas, Kaxináuas, entre outros. E posteriormente, em decorrência do desenvolvimento do extrativismo da borracha, inúmeros migrantes nordestinos, particularmente cearenses, chegaram à região. Além de estrangeiros de diversas nacionalidades que também se constituíram desbravadores e povoadores da região.
Plantada no Vale do Juruá, numa vasta terra firme, cortada por majestosas colinas que formam vales, berços de rios e lagos, a cidade de Cruzeiro do Sul começou a surgir. As residências, no início da colonização eram em sua maioria de madeira, passando anos depois a serem em alvenaria ou estrutura mista.
Nos anos de 1940, a cidade já possuía um conjunto representativo de casas que se estendia em todas as direções, formando ruas, avenidas e praças. Quanto à pavimentação das vias, o antigo 7º BEC teve importante contribuição. Assim como também na área da saúde, já que naquele período era escasso o sistema público de saúde na região do Juruá.
No campo educacional, a cidade dos Náuas sempre possuiu um ensino de qualidade e desde 1982, sediava cursos devido à criação do Núcleo da UFAC, transformado em Campus (1992), onde eram ministrados os cursos de Letras e Educação em regime superior. Hoje o campus já totalmente modificado está instalado em um novo endereço, mas os primeiros formandos ainda guardam na memória as impressões daquele tempo.
Quanto ao suporte administrativo da cidade contou com os serviços públicos básicos e prédios que constituem o patrimônio histórico-cultural da região, tais como: a estação de porto e o colégio Santa Terezinha em estilo colonial inglês, a Catedral Nossa Senhora da Glória com influência germânica e o Fórum em estilo neoclássico.
Mas a fase áurea da administração cruzeirense ocorreu, portanto paralela ao desenvolvimento do extrativismo durante o 1º e 2º surto da borracha, porém com a crise deste produto, as dificuldades de acesso á região e de implementação de alternativas econômicas com sucesso, fizeram com que esta localidade até fins da década de 1960, passasse por grandes dificuldades. Porém, avaliando o contexto econômico cruzeirense, destaca-se sobre tudo o extrativismo da borracha com a primeira atividade econômica para os muitos seringueiros, que tinham na borracha a única fonte de renda.
Com o decorrer do tempo, o extrativismo foi seguido pela pesca, caça e a agricultura de subsistência, como alternativas econômicas utilizadas pela população da região. Destacando-se nesse seguimento a criação de animais por meio da pecuária.
Já na vida social, os cruzeirenses eram bastante animados. Havia festa de lazer, cívico- cultural, nos clubes “Juruá, “Ideal”, e “Samambaia”. E além dos eventos festivos, havia ainda a questão da religiosidade do povo, destacando-se o Novenário de Nossa Senhora da Glória.
A partir da década de 70 a cidade apesar de ainda jovem, começou a passar por um processo de crescimento populacional desordenado frente ao crescente êxodo rural. Com isso, inúmeros bairros começaram a surgir, fazendo de um pequeno vilarejo, uma bela e populosa cidade, considerada a segunda maior do estado do Acre.
Dentro de desse contínuo processo econômico e social, derivaram as melhorias no sistema de saúde, nas escolas públicas e até mesmo na administração do município. Portanto, a princesinha do Juruá, depois de muitas batalhas, agora tornou-se rica por usa geografia singular e riquezas potenciais em um dos mais importantes pólos de desenvolvimento do Acre.
Por fim cabe aqui afirmar que vivemos em um mundo em crescente mutação que promete aventura, poder, alegria, crescimento, autotransformação e ainda transformação do que nos cerca, mas ao mesmo tempo ameaça destruir o que temos, sabemos e acima de tudo o que somos e de onde viemos. Frente a isto,  é fundamental conhecer as nossas raízes e fortalecer uma identidade genuinamente amazônica, tendo como compromisso primeiro o chão onde nascemos.

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